Produção do dia 16 de Junho, por Mary Vaz

Na sutileza dos joelhos
Somos flexíveis e difíceis
Num ritmo frenético
Onde os peitos se chocam
A respiração acelera e o estado
Não se perde
Pareço buscar entrelinhas
A terra e o ar
E as bocas, os braços...
Surgem sem desembaraços
Agora, as frestas se abrem
Um possível envolvimento
Alongando a coluna
Distraindo as tensões
E revertendo as energias
Entra-se num círculo
esquecendo os cabelos.
Incômodos revoltados
na superfície dos pensamentos.
Transbordam emoções
Trafegam solidões
Escorrem dores, sofrimentos,
amores...
Abraços infortúnios assistidos.
Debato-me sobre o ar.
Retiro-me de situações
Ainda que na escuridão de meus
olhos fechados
Sou atacada entre olhares
e mãos na cintura.
Que longa é a espera!
Que agonia é o meu silêncio!
Eu só queria chegar na frente!
Onde pés e mãos se comunicam,
Se atracam,
Se agarram,
Se deslocam...
E nesse desespero,
Pero, preço,
Tropeço, arremesso,
Escorrego, levanto...
Desejo. 
Sou levada ao chão
de corpo inteiro.
Falta de cuidado,
 julgamento, autoridade,
Dependência,
Gritos de longe...
Sangue!
Sangue é a coisa
que mais me incomoda!
Uma neurose.

0 Response to "Produção do dia 16 de Junho, por Mary Vaz"

Postar um comentário